sexta-feira, 26 de outubro de 2007

CRESCIMENTO DE JOVENS RELIGIOSOS

A devoção religiosa dos jovens brasileiros vem crescendo nos últimos anos. O índice crescente de jovens que se dedicam às religiões é assunto de estudos e pesquisas que demonstram o envolvimento da juventude nas questões religiosas e que também existe um aumento dos grupos de jovens organizados que defendem e disseminam as religiões. A identificação com os dogmas religiosos, a vocação, a influência da família, a fuga dos problemas e a busca por soluções divinas determinam as escolhas religiosas.
O crescimento das instituíções religiosas e as variadas doutrinas são fatores que influenciam a mudança no comportamento religioso da sociedade. A religião Católica antes era inserida como disciplina nas escolas e isso predeterminava a opção religiosa. Hoje, as instituíções educacionais, com exceção das pertencentes a Igreja Católica, não possuem mais a disciplina denominada de Religião. Para a psicopedagoga Isa Carvalho a revolução política e o processo histórico modificaram a questão do ensino religioso. "A forma como a religião é tratada nos dias atuais é completamente diferente. Hoje se trabalha valores, cidadania e ética que são de extrema importância para a formação dos jovens", afirma Isa.
O novo panorama social religioso permite, ainda com preconceitos, a disseminação de outros dogmas, diferentes das aplicadas no início da colonização. Atualmente os terreiros de Candomblé, por exemplo, não precisam mais se esconder. Os jovens que seguem essa religião dedicam-se ao estudo dos princípios do "axé", aprendem os costumes e também tornam-se disseminadores desta doutrina.
A ruptura de alguns valores antigos e tradicionais proporciona outras formas de pensar e sentir. As escolhas religiosas demonstram que existe espaço para vários tipos de crença e que o respeito é fundamental para uma convivência sadia. Os jovens estão assumindo posições importantes, não só na religião, mas na política, no mercado de trabalho, mais do que isso, estão ajudando a modificar o comportamento social.
A religião, antes imposta, hoje pode ser escolhida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Novos tempos - Tecnologia, Cultura livre e Jornalismo


Viver e adaptar-se. Acredito nesse lema, pois os processos comunicativos tornaram-se uma verdadeira teia de adaptação. A tecnologia modifica as maneiras de fazer jornalismo e torna a cultura livre.
Para André Lemos, a cibercultura compreende as relações entre tecnologias informacionais de comunicação e informação e a cultura, ou seja, é uma nova forma de relação entre tecnologias e sociabilidade, característica da cultura contemporânea. Lemos acredita que as novas tecnologias de informação e comunicação alteram os processos de comunicação, de produção, de criação e de circulação de bens e serviços no século XXI, gera uma nova configuração cultural que denomina de ciber-cultura-remix, tendo como re-mixagem o conjunto de práticas sociais e comunicacionais de combinações, colagens, cup-up de informação a partir das tecnologias digitais.
O poder que a internet adquiriu, desde a liberação do pólo de emissão, conexão em rede e reconfiguração de formatos midiáticos – fatores determinantes – configurou de um novo panorama de comunicação. Hoje a facilidade para divulgar e/ou disseminar uma informação ultrapassa todas as barreiras, sejam elas, de tempo; de espaço; de permissão, enfim, não existem mais barreiras.
“O lema da cibercultura é ‘a informação quer ser livre’. Não há mais autor, original ou obra, apenas processos abertos, coletivos e livres.” (Lemos, 2005)
Então, agora tudo é free? Não existem mais regras e todo mundo pode tudo? O nome agora é reconfiguração e, não mais substituição? Mas tudo está sendo substituído, recriado, recombinado. Não importa a denominação. Os tempos são outros, novos tempos.
A “ciber-cultura-remix” configura, para Lemos, uma cultura de participação e, essa participação se dá pelo uso e livre circulação de obras. Sendo assim, continua o autor, o ciberespaço permite uma liberação do pólo da emissão, onde cada um pode colocar suas idéias, opiniões e informações sem passar por um centro editor como no caso dos mass medias. É nessa situação que se encontra o jornalismo digital. Qualquer pessoa pode inserir conteúdo informativo, com direcionamentos individuais que visam atingir a opinião do público e quem sabe até, formá-la.
Onde estão os limites para este novo jornalismo? Não estão em lugar algum porque, simplesmente, não existem. Sabe o que encontrei? A cibercultura que, segundo André Lemos, tem criado a “citizen media”, ou “mídia do cidadão”, onde cada usuário é estimulado a produzir, distribuir e reciclar conteúdos digitais, que vão desde textos literários, passando por filmes, às matérias jornalísticas.
É ou não substituição? E até quando?
“... trata-se de sinergia entre causas tecnológicas e efeitos sociais, entre causas sociais e efeitos tecnológicos. Esse parece ser um caminho irreversível na atual cibercultura.” (Lemos, 2005)
Deste modo, tento, com muito esforço e indignação, me adaptar a essa realidade. Senão, terei de viver nos velhos tempos, e só. É duro acreditar e defender algo que, há muito, já não é credível e que não faz questão de ser defendido.